Estou recomeçando devagar. Há muito o que ser feito no blog ainda. Hoje, algumas palavras sobre desenhos heráldicos, e não sobre a heráldica em si.
Atualmente, heráldica gerada e
desenhada com softwares de computador tornou-se bastante popular. Há ainda quem
não considere ela uma grande forma de arte, por valer de material pré-fabricado
em boa parte dos casos. Desta vez não falarei deles, mas em breve terei algumas
palavras sobre essas pessoas também.
Hoje vou falar de um outro grupo.
Há, entre todos os criadores de arte heráldica digital, um grupo que é responsável
por desenhar do zero todas as suas obras. Eu até gostaria de me considerar
parte desse grupo, mas minhas criações acabam limitadas pelo fato de eu não
saber desenhar figuras complexas, como animais ou objetos mais elaborados como chapéus com borlas, mantos ou torreões ardentes. Sou
capaz de, com certa propriedade e em alguns minutos, desenhar umas armas
básicas, suficientes para se representar um brasão. Por exemplo:
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De prata, três faixas de vermelho, cantão de azul carregado de cinco lisonjas de ouro postas em cruz, a do centro carregada de um coração de púrpura. |
Há entre esse grupo de
heraldistas, três estilos predominantes.
O primeiro, o qual eu expus acima,
apresenta a arte limpa, sem brilho, detalhes ou sombras. É heráldica na
prática. Para mim, seu expoente máximo é o Xavier Garcia, do Taller de
Heráldica e Vexilologia da Wikipedia em Espanhol, e do blog
Dibujo Heráldico. É
meu blog de heráldica preferido. Visito-o praticamente todos os dias.
O segundo estilo é bem conhecido,
eu o chamo de Wikipediano, porque seu estilo de representação vem de alguns
designers/heraldistas que produzem conteúdo para a Wikipédia. Os mais famosos
são
Sodacan (Sem nome conhecido),
Heralder(Sem nome conhecido),
Tom-L (Tom
Lemmens) e
SanglierT (Mathieu Chaine). Consiste primariamente em adicionar sombreado,
volume e movimento às figuras através de contornos e alterações nos tons,
deixando-os mais claros ou escuros. Fica a minha tentativa, meio sem sucesso,
de imitar o estilo.
O terceiro estilo, que eu chamo
de metalizado, é bem comum entre os brasões brasileiros, por ser usado em muito
brasões do Atelier Heráldico do Raul Marquardt, e também pelo heraldista
paraibano Eduardo Castro (Que é um purista, monarquista ferrenho,
me bloqueou no facebook, mas ainda assim
aqui está o
link para o blog dele.) O efeito metalizado é conseguido através da sobreposição de uma textura
metalizada por cima do escudo, que é ajustada para a melhor aparência. Essa
textura é um mistério a parte. Eu procurei bastante para escrever este artigo e
não achei de jeito nenhum. O estilo também usa um leve sombreado para dar a
sensação de volume. Tentei imitar com outra textura de metal, mas não ficou bem
igual.
Não podemos esquecer que a
Heráldica é uma arte, e assim sendo, pode ser interpretada de infinitas
maneiras, Então há muitos estilos de desenho que eu não falei. A arte heráldica
digital está ganhando espaço, e embora não seja ainda uma febre entre os
heraldistas mais tradicionais, agrada bastante aos mais jovens, pela
praticidade. Você não pode colocar um mural de um metro de altura num cartão de
cinco centímetros.
No fim, cabe a cada um de vocês
escolher o estilo que agrada mais, e aproveitar a evolução da arte através da
história.