Desde que eu me tornei um aficionado por heráldica, vez por outra as pessoas me perguntam se elas tem armas, se a família delas tem armas, ou se elas podem criar novas armas para si próprias.
A resposta definitiva: É possível que sim.
É possível que a sua família tenha herdado algum brasão ancestral sim, dependendo da sua localização geográfica e da sua genealogia. Se você realmente está interessado em armas historicamente corretas e genealogicamente provadas, você terá que pesquisar bastante. Documentos, certidões, ofícios de registro civil e religioso, paróquias, bibliotecas, arquivos. Descobrir informações sobre os seus ancestrais e torcer para que algum deles, no passado, tenha ganho, registrado ou mesmo assumido armas pessoais.
Nesse momento, a pesquisa genealógica vai ser importante para definir que brasão você tem direito, e sob que circunstâncias. Na heráldica portuguesa, para assumir armas com referencial histórico, fala-se em quebras de varonia. Uma quebra de varonia é um ancestral do sexo feminino em linha direta entre você e o ancestral que possuiu armas. Considera-se que você tem direito àquelas armas desde que haja no máximo três quebras de varonia.
Se você chegar a um ancestral com armas registradas em Portugal ou no Império, tendo cumprido também as regras das quebras de varonia, então você pode legalmente assumir estas armas, com um diferencial que lhe caiba.
Estas armas, apresar de exibirem os meus sobrenomes, não estão de fato corretas. Como eu já copiei e colei algumas vezes no Heráldica Brasil, bom lembrar, que é um erro pensar que existem "Brasões de Sobrenome". O que existe é o BRASÃO PESSOAL, que passa de pais para filhos, pela descendência direta. Não é porque eu tenho o sobrenome de alguém que usava esse brasão que eu vou ter direito a usá-lo. A pesquisa genealógica é fundamental para adotar armas por herança.
Agora, se você estiver mais interessado na heráldica que na genealogia, ou quiser criar um brasão inteiramente novo, pode passar direto dessa parte e assumir suas próprias armas.
Se você chegar a um ancestral com armas registradas em Portugal ou no Império, tendo cumprido também as regras das quebras de varonia, então você pode legalmente assumir estas armas, com um diferencial que lhe caiba.
Esquartelado, I e IV de Faria; II e III de Lúcio. Por diferença um escudete de verde semeado de lises de ouro. Timbre de Farias.
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Agora, se você estiver mais interessado na heráldica que na genealogia, ou quiser criar um brasão inteiramente novo, pode passar direto dessa parte e assumir suas próprias armas.
De verde, semeado de lises de ouro. Timbre: Um arminho natural coroado de ouro, saltante. |
É possível assumir armas pessoais na maior parte dos países, onde não há um órgão regulador para heráldica. No entanto, se você estiver por exemplo no Reino Unido, você não pode fazê-lo sem a autorização do College of Arms ou da Lyon Court (na Escócia), ou pode ser preso por sonegação fiscal, partindo do princípio que nestes países você deve pagar uma taxa para ter suas armas registradas.
Sabendo disso, você pode começar nas armas que irá usar. Pense bem nelas, afinal é algo que vai representa a você mesmo. Nos próximos posts, trarei mais informações a respeito de formas, cores e desenhos, além de assuntos como registros e autoridades heráldicas.
Fiquem atentos!
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