Sendo encontrado por 10 reais em sebos e livrarias online, Brasão d'armas do Judiciário da Paraíba não deixa de ser uma boa cartilha para iniciantes, de fato. No entanto, falta-lhe em muitos pontos a sensibilidade de um heraldista, deixando passar citações absurdas como:
"Sobre campo de blau esmaecente"O autor tenta justificar uma escolha estilística no brasão. "No afã de bem decifrar tudo", como dito no resumo do livro, o autor descreve que o brasão possui um degradê. Algo que está totalmente fora de questão em temos de brasonamento. Na entrada sobre brasonar e embrasonar, eu expliquei que um brasão tenciona ser único, independente de como seja embrasonado. É desnecessário descrever que há um degradê num brasão, primeiro porque não é de bom gosto, e segundo porque nem sempre se pode brasonar um gradiente. Um brasão deve ser regular, simples e completo. O autor nos traz isso no texto, mas não é o que apresenta no brasão, infelizmente.
Novamente, a escolha estilística está impressa no brasão, o que é desnecessário.
"Assumindo a forma de um scudo con incavati al capo"
Esta é a pior das sandices que li nesse livro. As peças que geralmente se consideram de primeira classe são a faixa, a pala, o sautor, a banda, e a cruz (às vezes acrescida uma ou retirada uma destas) Isto que aparece não são peças heráldicas, e sim um amálgama de figuras desenhadas de forma pseudo-heráldica.
"Peça única, honrosa de primeira classe, em chefe, atravessando até o contrachefe e formada por três subpeças... (segue a descrição da espada, balança e tábuas da lei)"
Se é para criar uma versão destas armas, corrigida, eu iria com o seguinte brasão:
De azul, uma espada da qual pendem dois pratos de balança, tudo de ouro. Brocante duas tábuas da lei do mesmo, carregadas das divisas IVS e LEX, respectivamente. Nos cantões do chefe, duas flores-de-lis de prata. Suportes dois feixes de prata. Listel de vermelho com a divisa OPVS IUSTITIÆ PAX.Evidentemente mais simples, mas ainda regular e completo.
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