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quinta-feira, 10 de maio de 2018
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
Conta de Resultados
Hoje, cento e dez posts depois, sou o heraldista maduro que esperava ser quando comecei o Blog de Armoria, ainda como Atelier Heráldico. Naquela época eu tinha alguma vaidade de ganhar dinheiro como artista heráldico. Eu acreditava que poderia desenhar brasões e receber por isso.
Ainda tenho uma nesga de esperança nisso. Não muita, até porque muita coisa mudou na minha vida nos últimos quatro anos. Aprendi muita coisa, conheci muita gente legal e tive acesso a um mundo de informações. Em 2013, eu acreditava em toda sorte de farsantes vendendo títulos. Não conto nos dedos da mão a quantidade de "majestades" que me procuraram oferecendo a honra de ser Rei de Armas da Casa Real daqui e dacolá.
Saudoso 2013... |
Que pensais que sou, ó nobreza de façaria? |
Mas eu tenho o sonho de viver mais profundamente a Heráldica. Quero escrever sobre, quero trabalhar sobre, quero seguir minha carreira acadêmica adiante com isso em mente, ainda que o modus operandi do historiador do século XXI torne isto bem mais difícil. Quero chegar aos oitenta anos como um velho ranzinza, reclamando do descaso com a Heráldica no Brasil, apesar dos esforços que eu terei feito nos últimos sessenta anos, ou seja, os próximos.
Até o meu arminho cresceu ! |
Mas daqui até 2078 não dá pra dizer ainda. O que dá pra dizer é o que já aconteceu. E o que aconteceu foi: eu amadureci um bocado. Ainda não é tanto quanto eu quero, mas no final, quem está completamente satisfeito? Mas como eu disse lá no comecinho, já sou bem melhor heraldista do que o garoto que começou esse blog, há mil seiscentos e cinquenta e cinco dias atrás. E bem... É hora de evoluir.
E depois dessa Conta de Resultados, cujo nome eu fui emprestar da publicação de encerramento do blog do mestre-blogueiro-heraldista que eu tanto admiro e nunca conheci, Juan José Carrión Rangel, eu dou este Blog de Armoria por encerrado. Se precisarem de mim, eu estarei nos corredores virtuais do Heráldica Brasil.
Nada mais restando a tratar, fica apenas o meu Obrigado. Até outra ocasião!
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
Como eu faço pesquisa heráldica
Recentemente eu expliquei, pela enésima vez, que brasões de família não existem, e que as armas são passadas a pessoas. Isso acontecia através das Cartas de Brasão, como por exemplo a da Baronesa de Sertório, que eu publiquei aqui anteriormente.
Munidos desta informação, algumas pessoas vieram me perguntar como eu fazia para encontrar as armas que se relatavam ao seu sobrenome, para conferir se de fato tinham direito ou não a usá-las. Após responder umas quatro vezes, decidi deixar aqui um tutorial, usando livros que eu já disponibilizei aqui no blog. Há mais livros, mais fontes, muitas delas estão em mau estado ou indisponíveis. Este é apenas um guia básico que vai permitir que você inicie a sua procura.
Um aviso. O Armorial Lusitano é dispensável.
É estranho quando você descobre que algo que você considerava essencial não é tão necessário para a sua pesquisa. Mas é isso mesmo.
Uma coisa que vocês precisam saber é: Praticamente todos os empreendimentos que vendem brasões são baseados em violação de Direito Autoral. O Armorial Lusitano não está em Domínio Público, então qualquer reprodução para fins comerciais é veementemente proibida. O que esses vendedores de imagens de brasões fazem é simplesmente copiar o texto que vem no Armorial Lusitano e desenhar o brasão com clip-arts semiprontos. O Armorial Lusitano também não fornece nenhuma prova ou indicação genealógica (ao menos não a edição que eu tenho acesso).
Em vez de idolatrar uma história falsa, e de perder tempo com o Armorial Lusitano por ora, vamos a fontes mais credíveis e o melhor, disponíveis de forma gratuita. Vamos começar procurando no "Armaria Portuguesa'' de Anselmo Brancaamp Freire, com um sobrenome aleatório: Gusmão.
Como vocês podem notar, há o brasão de um ramo de Gusmão na imagem acima. Mas vamos nos atentar o detalhe que eu marquei: C.B. em 1780 (A.H., 1563). Bem no começo do livro,nas abreviaturas, podemos ver que C.B. significa Carta de Brasão e que A.H. Significa Archivo Heraldico, mais especificamente, o Archivo Heraldico-Genealogico do Visconde de Sanches de Baena.
Sabemos então que este brasão de Gusmão aparece numa Carta de Brasão passada em 1780, e está registrado no Arquivo de Sanches de Baena sob o número 1563. Indo diretamente para este arquivo (também está no link acima), encontramos o seguinte registro.
Bom, já sabemos quem usou este brasão, e como usou. A partir daqui, pode-se começar a pesquisa genealógica, seja até o armigerado, seja a partir dele. Mas isto é assunto para outra publicação, talvez até mesmo para outro blog, afinal genealogia não é o meu forte.
De toda forma, aproveitem a dica e os livros!
Munidos desta informação, algumas pessoas vieram me perguntar como eu fazia para encontrar as armas que se relatavam ao seu sobrenome, para conferir se de fato tinham direito ou não a usá-las. Após responder umas quatro vezes, decidi deixar aqui um tutorial, usando livros que eu já disponibilizei aqui no blog. Há mais livros, mais fontes, muitas delas estão em mau estado ou indisponíveis. Este é apenas um guia básico que vai permitir que você inicie a sua procura.
Um aviso. O Armorial Lusitano é dispensável.
É estranho quando você descobre que algo que você considerava essencial não é tão necessário para a sua pesquisa. Mas é isso mesmo.
Uma coisa que vocês precisam saber é: Praticamente todos os empreendimentos que vendem brasões são baseados em violação de Direito Autoral. O Armorial Lusitano não está em Domínio Público, então qualquer reprodução para fins comerciais é veementemente proibida. O que esses vendedores de imagens de brasões fazem é simplesmente copiar o texto que vem no Armorial Lusitano e desenhar o brasão com clip-arts semiprontos. O Armorial Lusitano também não fornece nenhuma prova ou indicação genealógica (ao menos não a edição que eu tenho acesso).
Em vez de idolatrar uma história falsa, e de perder tempo com o Armorial Lusitano por ora, vamos a fontes mais credíveis e o melhor, disponíveis de forma gratuita. Vamos começar procurando no "Armaria Portuguesa'' de Anselmo Brancaamp Freire, com um sobrenome aleatório: Gusmão.
Como vocês podem notar, há o brasão de um ramo de Gusmão na imagem acima. Mas vamos nos atentar o detalhe que eu marquei: C.B. em 1780 (A.H., 1563). Bem no começo do livro,nas abreviaturas, podemos ver que C.B. significa Carta de Brasão e que A.H. Significa Archivo Heraldico, mais especificamente, o Archivo Heraldico-Genealogico do Visconde de Sanches de Baena.
Sabemos então que este brasão de Gusmão aparece numa Carta de Brasão passada em 1780, e está registrado no Arquivo de Sanches de Baena sob o número 1563. Indo diretamente para este arquivo (também está no link acima), encontramos o seguinte registro.
Bom, já sabemos quem usou este brasão, e como usou. A partir daqui, pode-se começar a pesquisa genealógica, seja até o armigerado, seja a partir dele. Mas isto é assunto para outra publicação, talvez até mesmo para outro blog, afinal genealogia não é o meu forte.
De toda forma, aproveitem a dica e os livros!
terça-feira, 29 de agosto de 2017
Brasões de Família não existem
O título é auto-explicativo. Mas eu vou repetir, e em Caps Lock.
BRASÕES DE FAMÍLIA NÃO EXISTEM.
NÃO JOGUEM SEU DINHEIRO NO LIXO.
Originalmente publicado no grupo Heráldica Brasil, no Facebook.
BRASÕES DE FAMÍLIA NÃO EXISTEM.
NÃO JOGUEM SEU DINHEIRO NO LIXO.
A comunidade internacional é unânime, e nós também precisamos ser: Armas são concedidas a pessoas, e não a famílias. O que existe é o brasão pessoal, que é passado de pais para seus filhos através de herança, como um livro, um quadro ou qualquer outra propriedade.
Apenas através de pesquisa genealógica você pode descobrir se algum de seus ancestrais recebeu carta de brasão de algum monarca ou colégio heráldico. Caso não encontre, você não possui herança heráldica, o que é o caso da maioria das pessoas, e não te impede de criar o seu próprio brasão.
O que você NÃO PODE é usar o brasão de alguém que não tem nenhuma ligação familiar com você. Isso é desonesto e de péssimo gosto.
O François Velde, idealizador do Heraldica.org, cravou uma vez a seguinte máxima:
Originalmente publicado no grupo Heráldica Brasil, no Facebook.
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
Presentes Heráldicos
Recebi do David Fernandes, que é talvez o meu artista heráldico preferido, desde Portugal, cedinho nesta manhã, um de seus belíssimos trabalhos.
É excelente que eu seja lembrado, porque é sinal que o meu trabalho como heraldista está tendo sucesso. E não é o primeiro. Recebi este bonito arminho no ano passado:
De fato, sou muito agradecido a todos os que gastam seu precioso tempo produzindo coisas para mim. Esses dois abaixo vieram do México, do Francisco Cervantes.
Estes dois vieram de um dos mais talentosos desenhistas heráldicos do Brasil, o Raphael Vibancos.
Do Lee Lumbley, heraldista americano;
E do Rolando de Yñigo, heraldista argentino;
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