A República efervesce lá fora. Aqui dentro, no âmbito da minha monarquia particular de alguns metros quadrados, vivemos eu e a princesa Manuela, uma filhote de Jabuti que fez morada nos cantos escuros deste reino-quarto, onde está tudo em paz. Por aqui ainda não se vê armoriais enfeitando as paredes, mas quem sabe um dia não consiga alguma certificação, mesmo que extra-oficial, para colocar por aqui. Para hoje, no segundo artigo na série de dicas para a realização de suas próprias armas (
Confira o primeiro artigo aqui), vamos falar de registros e certificações privados de heráldica, pois infelizmente a maioria das nações carece de um Rei de Armas ou de um corpo heráldico oficial.
Para garantir que suas armas sejam reconhecidas, é muito importante que você as exiba. Afinal ninguém quer que armas iguais às suas apareçam. Além disso, é importante também que você as adicione o seu brasão a registros. Serve para garantir provas num eventual caso de usurpação de armas.
Em caso de você ser brasileiro e possuir algum parente enobrecido na família, é bom consultar o Instituto da Nobreza Portuguesa, que parece lidar com matérias destas, inclusive de brasileiros. Às vezes, a diferenciação correta no brasão é necessária, para garantir que você não use o mesmo brasão de um parente. Um e-mail pode ser enviado com mais dúvidas para o
Secretário do INP, apesar de que eu não tenho certeza se ainda este e-mail está ativo. Para todos os efeitos, pode-se tentar ainda o endereço físico, que para este não há falha.
Palácio Fronteira
L. S. Domingos de Bemfica, 1
1500-554 Lisboa, Portugal
Caso você não consiga traçar seu caminho genealógico até nenhum nobre e tenha escolhido registrar armas novas, há alguns registros na internet, para os quais você pode enviar suas armas pessoais.
O
Registro Heráldico Brasileiro, do Leonardo Piccioni, grande heraldista do qual eu já falei algumas vezes aqui no blog, é um dos mais simples e acessíveis. Todas as informações e como pedir o registro estão na página.
Internacionalmente, há mais alguns registros, e alguns deles emitem certificações. Alguns registros são gratuitos, como é o caso do Registro do
Heraldry of the World, sediado na Holanda, do RIAG,
Registro Internacional de Armas Gentilicias, sediado na Espanha, e o do
United States Heraldic Registry, sediado nos Estados Unidos. No entanto, por uma pequena taxa, estes dois últimos podem criar uma certificação, que mesmo que não tenha valor legal, faz um bonito quadro para se pendurar na parede. O RIAG cobra 75 Euros, e o USHR cobra entre 20 e 100 dólares pela certificação. O segundo pode enviar o certificado em PDF, para que você mesmo o imprima.
Saindo dos registros gratuitos e indo para os pagos, há o
Armorial Register, que cobra entre 100 e 110 libras pelo registro, que inclui um
certificado simples, e mais 45 libras por uma
certificação graficamente elaborada. Este registro é publicado periodicamente. Já foram dois livros, que também estão disponíveis no website deles.