(Escudo da Família Lúcio. Não a minha.)
Evidentemente, sem nenhuma ligação com a minha família. O que anos depois confirmei quando consegui uma cópia do Armorial Lusitano.
LÚCIO. Família Flamenga, que passou a Portugal por Adrião Lúcio, fidalgo, que pediu a D João III lhe mandasse registrar nos livros do reino as armas que trouxe do seu país, as quais eram: De azul, uma ribeira ondada de prata, posta em banda, carregada de um Lúcio de sua cor e ladeada de dois Leões de ouro armados de vermelho, afrontados e trepantes. Timbre: Um dos leões do escudo, com o peixe na garra direita.
Os anos passaram, e lá estava eu, dias atrás, seguindo costumeiramente a minha vida comum, quando me deparo com uma atualização no grupo familiar do Facebook. Uma das líderes do grupo posta exatamente o mesmíssimo brasão, aquele dos anos 1500. Minha reação foi esta:
(Peço desculpas pelo GIF, mas a minha reação foi exatamente essa.)
E sim, eu tentei defender a ideia óbvia. Mas ela não foi bem aceita, como eu já esperava. Inventaram até desculpa pra usar um brasão que não pertence à família, o que eu achei realmente vergonhoso. Usurpar um brasão de armas, quando não há nenhuma lei que proíbe a criação de um inteiramente novo, chega a ser ridículo. E tudo isso porque esta imagem aparece com o sobrenome da família no Google Images.
É necessário esclarecer que NÃO EXISTEM brasões de sobrenomes. O que existe é o BRASÃO DE FAMÍLIA, que passa de pais para filhos. Não é porque eu tenho o sobrenome de alguém que usava esse brasão que eu vou ter direito a usá-lo. Deixe-me ver aqui um exemplo.
Eu tenho dois conhecidos chamados Cláudio e Renata. Cláudio Cruz mora em Portugal, e Renata Cruz mora na mesma cidade que eu, no Brasil. Eles tem o mesmo sobrenome, mas qual é a possibilidade real de os dois terem algum parentesco? Nenhuma. Eles não se conhecem, e provavelmente nunca se conhecerão. Se eles não possuem nenhum parentesco, não tem sentido algum usarem o mesmo brasão. Da mesma forma, a minha família Lúcio e a família Lúcio do século XVI. Mas isso é algo que a maioria das pessoas não presta atenção.
E é assim que alguns "heraldistas" inescrupulosos lucram uma boa grana, "vendendo" brasões falsos como sendo reais. Sites como este usam a Heráldica para vender quinquilharias. A não ser que você ou sua família sejam, provadamente, os legítimos descendentes de quem usou aquelas armas, você estará apenas gastando seu dinheiro com uma mentira.
Algumas outras pessoas, "mais espertas", pulam a fase dos vendedores e vão direto se apossando de algo que nem se sabe se é dela, ou de sua família. Pegam o primeiro brasão que acham no Google e fazem dele um objeto de culto, acreditando-se nobres por aquilo. Esquecem-se que a nobreza está nas atitudes. O brasão só representa isso de uma forma artística. Pessoas assim não honram o brasão que tem, muito menos o do qual se apossaram indevidamente.
Vc já deve imaginar como vim parar no seu texto. KKK procurando brasão da família Lucio pq meu amigo disse que existia essas coisas (nem sabia) TBM até agora não precisei de um brasão
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ResponderExcluirCaros Srs.
ResponderExcluirExistia um antigo brasão do tempo da monarquia, pintado sob o altar da igreja matriz, o pouco que entendo dessa matéria leva-me a identifica-lo com o reinado de D. Miguel ou de D. Maria I.
Agradeço algumas informações que ajudem a identificar o brasão em causa.
Como não consigo incluir a imagem, agradeço que respondam para o email:
jpmg6767@gmail,com
Com os melhores cumprimentos
José Pereira