sábado, 20 de julho de 2013

Quando as homenagens perdem o significado

Estava preparando o blog hoje mais cedo, quando vi a homenagem feita às Grandes Navegações, a Portugal e a Vasco da Gama, na camisa do CR Vasco da Gama, time de futebol do Brasil, famoso por sua torcida de origem lusitana. Numa primeira visão, ainda despreocupada, eu achei a peça interessante. Mas depois, vendo com mais detalhes no facebook da Penalty, me deparei com as seguintes imagens:

No escudo posicionado sobre o peito da camisa, o erro é infantil. Notem que a cruz, símbolo habitual, substitui as quinas de Portugal, e deixa a bordadura de castelos. Ora, a bordadura de castelos remete costumeiramente ao reinado de D. Afonso III. Afonso foi o segundo filho do Rei Afonso II. Assim sendo, Afonso não tinha direito a usar as armas plenas de seu pai, reservadas a Sancho, primeiro filho e Rei como Sancho II. Com a morte deste, Afonso chegou ao trono, e adicionou a bordadura de castelos, aludindo à D. Urraca, sua mãe, e indiretamente a Castela, reino de origem desta.
Desta forma, pode-se dizer, que este escudo homenageia Castela, e não Portugal.


Na parte interna da peça, próximo a gola, são representadas as armas dos Gama, de Vasco da Gama. As armas estão certas, "Xadrezado de ouro e vermelho com duas faixas de prata, escudete de Portugal antigo no ponto de honra." O erro, apesar de menor, é tão visível, ou até mais visível que o primeiro. Usualmente, os paquifes (Para os leigos, paquifes são as peças similares a grandes folhas, por trás do elmo) levam uma cor e um metal, para não ferir as regras fundamentais dos esmaltes. Eles misturaram os dois metais nos paquifes, enquanto o virol continuou com as combinação correta de cores.

Isso é resultado de um grande desinteresse dos designers pela Heráldica, proveniente do desconhecimento popular sobre o assunto. Enfeiaram uma coisa que tinha tudo pra ficar muito melhor, na minha modesta opinião.

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