Olá leitores. Essa é só uma lenda que eu ouvi por aí e vou recontar, quiçá poeticamente. É sobre um arminho, animal que é timbre das minhas armas.
Conta-se que, num dia de inverno ou talvez início de primavera, Ana da Bretanha, então Rainha da França, saiu para uma caçada com sua corte. O ladrar dos cães, as presas a fugir... Ana assistia tudo de forma calma, talvez até mesmo entediada. Mas algo lhe chamou a atenção. Os caçadores perseguiam um arminho. Pelo branca como a neve, com a ponta da cauda negra como a noite. Era um animal valioso, sim. Seu pelo, macio e branco, era usado para ricos e ornamentados mantos.
O animalzinho fugia aos saltos, tentando a todo custo escapar de tornar-se parte integrante do traje de um humano. Enquanto isso, os caçadores o perseguiam, e à medida que o perseguiam, notavam chão mais úmido sob seus pés. Estavam nos arredores de alguns charcos, e o terreno pantanoso lhes requeria atenção, para não cair na lama.
Ana observou então que não eram apenas os caçadores que evitavam se sujar. A presa, aflita, saltava tentando fugir, não só de seus algozes, mas também do lamaçal pela qual estava cercada. Encurralado, logo o bichinho parou. Preferia ele ser morto a ter o alvor de sua pele maculado pela lama dos charcos?
-Potius Mori Quam Foedari... - os lábios da jovem sussurraram o lema da Bretanha, sua terra natal. Ana estava impressionada. Quanta coragem num bichinho tão pequeno.
Ana viu-se na pele da criaturinha. também ela fora encurralada, forçada a casar para que os franceses não atacassem o seu Ducado. Ela era aquele arminho, e dele estava vestida. Havia um semeado de pontos de arminho em suas roupas, em algumas bandeiras e em tanto mais do que ela via naquela carruagem. Aquele arminho representava a Bretanha, encurralada pela França.
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Armas dos Duques da Bretanha por Katepanomegas. Licença Creative Commons BY-SA. |
Solenemente, Ana ordenou:
- Parem! Deixem-no em paz!
Céleres em cumprir as ordens da rainha, todos os soldados e caçadores abaixaram suas lanças, arcos, arbalestas e outras armas. Ana fez então o improvável. Descendo da carruagem, caminhou até onde estava o arminho e o recolheu. Diz-se que a pequena criaturinha não teve nenhum medo da jovem mulher que ali estava. Nos braços de Ana, o pequeno foi levado até a carruagem, onde foi alimentado e acarinhado pela jovem rainha.
Peço desculpas de antemão para quem for ler a versão traduzida pelo Google, que não está muito boa. Prometo que depois traduzo-o manualmente.