sábado, 29 de novembro de 2014

Uma pequena consideração a ser feita

A Heráldica é uma ciência viva, e como ciência viva, evolui com o tempo. Não é por estar à margem da lei vigente que deve se basear apenas em preceitos parcialmente obsoletos. Novas armas continuam sendo assumidas e registradas em todo o mundo, desde o Canadá até a Austrália.

Acredito que seja um retrocesso enorme ater-se à tradições formalmente abandonadas mesmo onde ainda adota-se a heráldica sob os auspícios do governo. Este é o brasão de Sir Elton John, Cavaleiro da Ordem do Império Britânico.
Este Sir nunca esteve em uma batalha, provavelmente nunca levantou uma arma para alguém. É abertamente gay há muitos anos, o que pode ser considerada uma grande vergonha para os tradicionalistas da nobiliarquia. Isso não o torna menos digno de paquifes e elmo do que ninguém. A heráldica é uma ciência viva, e sendo viva, ela evolui. Não há necessidade de se ater a tão obsoletos regulamentos.

domingo, 23 de novembro de 2014

Qual é o meu brasão?

O interesse em heráldica é uma constante. Enquanto houver um brasão sendo exibido num prédio, numa fachada, num vidro, numa marca, na internet ou em qualquer lugar, sempre haverá gente interessada em saber da sua função e significado. Uma das provas disso é a quantidade de dúvidas sobre "Como saber qual o meu brasão?" que são respondidas toda semana no grupo "Heráldica Brasil", no Facebook.

fb.com/groups/heraldicabrasil

Pensando nessas dúvidas, decidi fazer um guia básico para quem está nessa procura.

Antes de tudo, vale sempre lembrar: Evite os comerciantes que usam a heráldica apenas para vender chaveirinhos e adesivos. Eu já expliquei o porque aqui, há algum tempo.

Se pensarmos que brasões sempre foram concedidos a indivíduos, passando depois a seus filhos e aos filhos destes, o mais correto é dizer que não existem brasões de família. Mas como o uso destes acabou se espalhando extra-oficialmente para irmãos, e destes para sobrinhos e etc, criou-se este consenso extra-oficial sobre direito ao uso de armas.

Ainda pensando na primeira informação dada no parágrafo anterior, temos lembrar que nem todos os indivíduos tinham direito a um brasão de armas. Assim, é bom lidar com a possibilidade de não haver um brasão de armas para seus ancestrais.
Este desenho extra-oficial das minhas armas pode estar totalmente incorreto.
A melhor forma de descobrir isso é com uma pesquisa genealógica. Sabe a árvore genealógica que você (ou seus filhos) teve que fazer anos atrás como trabalho da escola? Agora é hora de expandi-la para cima.
Árvore genealógica de Homer J. Simpson. dos Simpsons de Springfield, EUA.

Não sou um especialista em genealogia, mas os principais conselhos que ouvi e li sobre fazer sua árvore genealógica são:
  • Consiga o máximo de nomes, datas e locais possível. 
  • Visite Cartórios e Igrejas. São os melhores lugares para encontrar registros de nascimento, batizado, casamento e óbito, que são de muita valia na hora de encontrar datas e locais.
  • Visite os parentes mais velhos da família. Vá ver aquela sua bisavó de noventa anos, converse com ela, pergunte sobre documentos, fotos, datas, pessoas e qualquer informação que pareça útil
  • Anote tudo e seja organizado.
  • Use um software de genealogia. Há alguns bons softwares na internet para isso,como o Heredis, o GenoPro e o Family Tree Maker
Se após a sua pesquisa, você descobriu que o seu 5° avô recebeu uma carta de brasão do Império ou algo do gênero, fica genealogicamente provado que você e a sua descendência possuem direito a exibir aquelas armas como suas. Alguns mais puristas em heráldica podem exigir uma diferenciação caso você não seja o primeiro filho do primeiro filho do primeiro filho e assim sucessivamente. Mas se você e um parente não forem um desses caras:


então eu pessoalmente não vejo necessidade de diferenciação.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Design e Heráldica (II)

Esse blog anda meio parado, sem dúvida. Tenho algumas imagens dos últimos meses para postar, mas com a faculdade me falta tempo.

Por falar em faculdade, me inscrevi para dar um Minicurso  no Órbita - Encontro de Educação, Ciência e Tecnologia de Cabedelo, Paraíba, onde sou graduando em Design Gráfico. O tema, claro, não podia ser outro senão Heráldica aplicada ao Design.

Segue a apresentação: